Wednesday, March 31, 2010
Québec no vermelho
Bom esta semana foi divulgado o "Budget" do Québec, ou melhor, as medidas que serão adotadas para tirar a "Bele Province" de um rombo, no curto prazo de $4.3 bilhões de dólares e no longo prazo de $161 bilhões de dólares (equivalente a mais ou menos 53% do PIB da província).
E dentre elas as mais comentadas nos meios de comunicação foram:
Aumento das taxas provinciais de venda a um porcento em 1º de Janeiro de 2012, valor que será acumulado aos 1% já anunciados de 1º de Janeiro de 2011. Isso vai fazer com que a TVQ/PST (provincial sales tax) salte dos atuais 7.5% para 9.5%.
Hoje quando você compra produtos (menos alimentos) e utilisa serviços você somando as duas taxas paga 12.5% do valor e este valor chegará a 14.5%.
Aumento das tarifas de energia elétrica que começarão em 2014, aumentando 3.7% a.a (ao ano), um aumento médio de $58 por ano que irá chegar a $290 dolares em 5 anos.
Iniciando em 1º de Julho de 2010, os moradores da província irão pagar $25 por ano, para cada adulto; em 2011 $100 chegando a $200 para a "contribuição da saúde".
Aumento de 1 centavo por litro de gasolina a cada ano, dentro dos próximos quatro anos.
Bom, não é querer falar mal e sei que não há lugar perfeito no mundo, mas gostaria de deixar meus comentários aqui a respeito do atual cenário (realidade), mais especificamente da cidade de Montréal.
Pelo que pagamos de impostos aqui eu acho as ruas da cidade muito abandonadas; túneis com reboco caindo e ruas esburacadas.
Outra coisa aqui é o sistema de saúde. Se você precisa de ir a um clínico geral você vai ficar ao menos umas 6 horas esperando e médico de família aqui é muito raro. Ai vai ter gente querendo falar do sistema de saúde público do Brasil. Claro que não tem nem comparação, mas sinceramente eu tenho saudades do sistema privado do Brasil, onde você trabalha a empresa paga parte do plano e você paga outra e vai pro seu médico é atendido sem esperar muito e faz seus exames.
Só para vocês terem uma ídeia eu tenho umas dores esporádicas no lado esquerdo inferior do meu abdomem e fui ao médico em janeiro deste ano para uma consulta, no melhor dos cenários eu consegui marcar uma ultrasonografia do abdomem em Maio de 2010, ou seja 4 meses para uma simples ultra. Teve hospital que me deu 1 ano na fila de espera.
Ir ao clínico geral é tranquilo, fazer exames de sangue, urina show, mas precisar de ir ao médico de verdade, tipo "não é grave" tu vai esperar muito, mas muito mesmo.
Aqui você tem um seguro saúde do trabalho que cobre só o que o sistema plúblico não faz, tipo aculpultura, massoterapia... sem comentários.
Bom, acabou que esse post virou mais um desabafo, mas é isso. Vejo aqui esses dias pessoas fazendo passeatas contra as condições de trabalho nos hospitais; pessoas que morreram na fila da emergência para serem atendidos, enfim. Será que vou ter que fazer um plano de saúde no Brasil? Estou falando sério, uma coisa é uma gripe; um mal estar você até aguenta a ficar 6 horas e esperar por atendimento. Outra coisa é algo mais sério e isso, nossa medicina privada tupiniquim funciona bem (pena que é para a minoria).
Sinceramente esse dinheiro a mais não vai resolver o problema, pois o problema aqui é falta de profissionais e o alto protencionismo do conselho de medicina que dificulta os novos imigrantes a atuarem na área. Eu já ouvi que era mais fácil um médico imigrante ir pro lado inglês e validar seus diplomas lá do que aqui.
Fontes e links relacionados:
Á l'assaut du modèle québécois
Highlights of the Bachand budget
Saúde no Québec deixará de ser gratuita
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