Saturday, June 12, 2010

20 de junho de 2010, dois anos de Canadá

Dia 20 de junho, completo 2 anos de Canadá. E o que escrever sobre todo este tempo morando aqui.

Antes de mais nada, quero mencionar, como alguns posts anteriores que o que é bom ou ruim para mim, não será necessáriamente para você que está lendo. Então não vou generalizar e simplesmente falar de mim e minhas experiências.

A única referência que tenho de Canadá é a cidade de Montreal, pois aqui vivo desde que cheguei aqui. Então o que falar da segunda maior cidade do Canadá?

Montréal para mim é uma boa cidade, pois você morando na ilha de Montréal e perto do metrô você não vai sentir tanta falta de carro e para ir trabalhar e coisas práticas o sistema público aqui é muito bom e barato. Isso conta muito no quesito qualidade de vida e o tempo que você gasta entre ir para o trabalho e voltar para casa. Eu por exemplo, gasto 30 min de metrô.

Outro opção aqui é ir de bicicleta pro trabalho, sim isso é muito bom. Pois no verão as ciclovias estão liberadas para uso e acabo gastando o mesmo tempo para ir trabalhar e 40 min para voltar para casa, tendo em vista que para ir é uma descida (risos).

Montréal também é uma cidade rica em eventos culturais e para você ter uma noção, só agora temos o festival “Francofolie” (de música e artes francófonas); em breve o “Festival de Jazz de Montréal” e a cidade está muito mais animada com a Fórmula 1 que voltou, depois de 1 ano. Durante todo o ano, sempre estão com atividades e muitas delas gratuitas, seja no rigoroso inverno, seja no outono, verão. Não importa a estação, aqui sempre tem o que fazer, para todos os gostos e bolsos.

Outra coisa que para mim não tem preço aqui é a sensação de segurança. Claro que tem algumas ocorrências aqui como invasão a domicílio; roubos de bicicletas e outros pequenos delitos, mas mesmo assim você se sente muito seguro e isso para mim é uma das coisas que não se tem preço aqui. Imagine, você ler no jornal que desde o início do ano até agora só tiveram 11 homicídios aqui. Incrível.

O inverno rigoroso, você deve sempre manter a cabeça ocupada e esse mesmo inverno que no início é bonito, quando chega perto do fim, você vê um pouco a cidade com um clima um pouco triste; árvores secas, sem folhas, mas logo depois vem a primavera ai começam a nascer as folhas e a cidade fica muito bonita, com seus parques e Montréal em muitas áreas é muito bem arborizada, chegando no verão onde o calor pode chegar há 30C e dentro das casas um calor horrível, precisando de usar ar condicionado, pois aqui as casas foram feitas para o frio rigoroso. No outono, para mim uma das estações mais bonitas aqui, as árvores começam a mudar de cor e você ve uma tonalidade de amarelo que vai passando do alaranjado para o bordô, até que as folhas caem e vem o inverno.

E com relação ao trabalho, estou numa boa, mas sempre em busca de novos desafios. Tudo caminhando muito bem graças a Deus. E falando em Deus, eu e a minha amada esposa, vamos a uma igreja evangélica aqui, sim aqui tem Nova Vida, quem em frânces se chama Nouvelle Vie.

Montréal,também é muito interessante, pois é uma cidade multi-cultural e aqui você encontra restaurantes de muitos países, principalmente: Indianos; Japoneses; Chineses; Mexicanos e poucos brasileiros. Tem também restaurantes vietinamitas; suíços; belgas entre outro, basta olhar na internet e você acha.

Bom, agora você deve estar ai pensando:”Mas esse lugar é muito perfeito”. Calma, não existe lugar perfeito ou paraíso, isso tudo como eu disse no início deste post é minha experiencia e tudo isso tem um preço que para mim o maior deles é ter que ficar longe de minha mãe e amigos no Brasil.

E você sente falta do Brasil? Olha, sinto mais falta da minha mãe e parentes, claro que há coisas que nunca vou ter aqui e em qualquel lugar do mundo que só o nosso Brasil tem, mas não chega a ser algo que uma visita não resolva.

Agora, o que não gosto aqui? Bom, o que não gosto mesmo são os políticos radicais do Partido Quebecois que querem por que querem transformar a província do Québec em um país e isso, pelo que já vi em alguns jornais aqui já deu o que tinha que dar, muitos quebequenses não acreditam mais em independência, mas ao mesmo tempo não quer dizer que eles concordam com o governo federal.

Falo frânces numa boa, acho até um diferencial pois inglês todos falam e é bom ter um outro idioma, obviamente se você mora aqui e se quiser ter mais oportunidades o frânces é a chave. Acho legal quando começo a falar frânces, mesmo que um quebecois (quebequense em francês), vem falando inglês comigo, ai insisto e ele vê que eu falo frânces e fica todo feliz. Isso é muito legal, é o mesmo sentimento quando estamos no Brasil e vimos um turista falando nosso idioma, com aquele sutaque carregado (risos), agora só não gosto da forma que o Partido Quebecois, querer privar e dificultar a todo custo o acesso ao inglês aos imigrantes, querendo proibir até o acesso a escolas privadas e aos centros de educação profissionalisantes a adultos, não nos deixando livres para optar. Senão quisermos falar frânces ou não temos interesse, nós é que iremos pagar e se quisermos também estudar inglês ou ter uma formação em inglês, não quer dizer que iremos deixar de falar o frânces. Bom, mas isso é um assunto que não tem fim e haverá sempre gente contra e a favor, mas como escrevi. Acho que tudo é a forma de dizer e fazer e sou contra o radicalismo. Por isso que Partido Quebecois (PQ) está fora da minha lista de coisas boas daqui.

O sistema de saúde pública aqui é mil anos luz melhor que o sistema público do Brasil, que não existe. O problema aqui é falta de mão de obra e para algumas coisas funciona muito bem, mesmo que você tenha que esperar algumas horas ou meses para ser atendido, mas por outro lado há uma parte que não funciona bem, ai você começa a pensar no sistema de saúde privada, lembra do seu plano do Brasil.

Bom, mas esses dois anos estão valendo muito apena e que os próximos anos continuem valendo mais ainda. Se tivesse que repetir tudo, sem sombra de dúvida repetiria tudo e cada dia aqui em Montreal está sendo muito bom.

Tenho que agradecer a todos que me deram apoio moral e até aqueles que queriam me desestimular também, principalmente a eles pois me deu mais vontade de mostrar que eu consegueria e eu to aqui agora. Consegui.

Agradeço a Deus, minha mãe, esposa, amigos leais e verdadeiros, a professora Dila e todos os blogs e comunidades que li, relatos enfim. Obrigado.

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