Saturday, February 5, 2011

Economia forte no Brasil. Voltar ou não voltar?


O Canadá Direto, edição de 05 e 06 de fevereiro disponibilizou um podcast com uma reportagem muito interessante sobre brasileiros que estão retornando para o Brasil graças ao "boom econômico" e aliado a isso outros motivos que fizeram essas pessoas voltarem.
Para escutar o podcast, basta clicar aqui e baixar o arquivo mp3. Bom, cada caso é um caso.
A Carolina Marques, entrevistada no progrma disse que é fácil arrumar trabalho aqui. Depende do trabalho é claro, o que mais tem é trabalho de atendente no comércio e restaurantes em geral.
Agora o Rodrigo Abreu, com 8 anos de Canadá, stá bem sucedido, com uma pós-graduação daqui está voltando também, pois acredita estar melhor e outro fatores que ele comenta na entrevista.
Eu quero ver qual será minha reação quando eu voltar para o Rio de férias, tendo em vista que estou aqui há 2 anos e 8 meses. Cada experiência é única, como sempre costumo dizer.
Bom escute o podcast e acompanhe os programas no site: Canadá Direto - clique aqui. Há muitas matérias legais além dessa que eu destaquei.

8 comments:

  1. Pois é...E aqueles que se qualificaram no Canadá fazendo cursos, pós, mestrados adquiriram um ativo muito valorizado e demandado no Brasil atualmente. Achei interessante o comentário do publicitário ao dizer que há falhas no sistema de imigração qualificada e que o mercado canadense não consegue absorver todos os imigrantes com curso superior. Isso vai ao encontro da reportagem da emissora canadense CTV postado por você abaixo. A reportagem, aliás, é interessantíssima e as entrevistas com as autoridades governamentais canadenses são reveladoras, em especial a primeira na qual o entrevistado fala justamente do descompasso entre as vagas de trabalho efetivamente existentes e o sistema de pontos de imigração. De acordo com a autoridade da província de Ontário, há sim muitos postos de trabalho, mas são postos mais braçais (ex: motorista de caminhão, peão de obra, atendente de comércio, etc), ao passo que o sistema de imigração canadense procura recrutar pessoas com qualificação de ensino superior e que não possuem um perfil, digamos assim, "braçal". OU seja, um caminhoneiro ou um peão de obras brasileiros nunca passariam no processo de imigração canadense, nada obstante existirem diversas vagas de trabalho para eles aqui no Canadá. Curioso, né? O governo canadense faz um processo de recrutamento altamente elitista (sim, porque quem possui curso superior, fluência no inglês/francês e dinheiro para bancar todo o processo faz parte de uma elite no Brasil, na China ou na Índia.), mas a vasta e majoritária parte das vagas no mercado canadense é para "peão". Será que esse descompasso é mera falha do sistema de recrutamento de imigrantes qualificados? Ou o objetivo da política de imigração é justamente trazer brasileiros, chineses, indianos qualificados para trabalharem em empregos não qualificados que são a maioria das vagas ofertadas por aqui? Mistério. A professora Nilce da Siva, da USP, que vem conduzindo pesquisa sobre os imigrantes brasileiros em Trois-Rivières levantou a seguinte tese: “Ao recrutar esta elite – por meio de palestras sobre o Canadá em território brasileiro, oferecimento de bolsas de estudos, estágios, dentre outros atrativos – o citado país da América do Norte atrai o grupo mais preparado em termos de recursos humanos brasileiros e afasta a ‘pobreza’ da porta de entrada do país. Tal política de imigração ergue barreiras e afasta definitivamente a imagem da pobreza, que incomoda (Cf. BAUMAN, 2001, 1998). Os sujeitos desta pesquisa – por não serem os indesejáveis ‘lixos humanos’ (Bauman, 2001, 1998) – não ameaçam a paisagem de Trois-Rivières, já que, no caso, possuem hábitos de vida (espécie de etiqueta social) que não incomodam demais à vizinhança trifluvienne. Ou seja, os sujeitos desta pesquisa, estando empregados ou desempregados, têm hábitos de leitura, boas maneiras à mesa, falam baixo, responsabilizam-se pelos seus filhos, falam diferentes idiomas (…)Além disto, tendo em vista a camada sócio-econômica da onde são oriundos, essas pessoas têm os sonhos de consumo ideais para o aquecimento da economia local, regional e nacional: computadores, televisão com tela plana e de plasma, carros, casa própria, dentre outros. Nesta direção, não menos importantes são àquelas referentes para mobiliar o novo lar e ainda as compras básicas para a sobrevivência de brasileiros em terra tão fria: botas e casacos para a neve; botas e casacos para a chuva; toucas, luvas e outros produtos indispensáveis para a vida no inverno de, em torno, menos 20 graus Celsius. O brasileiro se aquece e a economia – de produtos novos e usados – também esquenta junto com ele.” (Silva,␣N.␣(2010).␣A␣Emigração␣Lusófona␣na␣Região␣do␣Québec:␣Reflexões␣sobre␣a␣Escolarização␣␣ em␣Língua␣Portuguesa␣no␣Ano␣em␣que␣Saramago␣morreu.␣Millenium,␣39:␣9␣18)

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  2. muita gente retornando ao Brasil mesmo. muito legal o podcast.

    boa semana !
    abraços;
    Catherine

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  3. Minha opinião é que existe muito oba oba com relação ao Brasil. Sim, os números da economia são positivos, mas o país não virou a oitava maravilha do mundo.

    Fiquei mais de um ano procurando emprego no Brasil com pouquíssimo retorno, tendo estudado em faculdade de 1a linha, MBA, inglês fluente, experiência em multinacionais top... no Canadá euzinha com faculdade brasileira e sem experiência canadense consegui emprego em 3 meses e meio.

    Na época da crise muito brasileiro expatriado voltou pro Brasil na ilusão que iria encontrar emprego logo e não foi o que aconteceu.

    Acho que esse é apenas um ponto a mais a se considerar para ficar/voltar ao Brasil e precisa ser analisando friamente. De que adianta emprego com salário X e custo de vida X+Y, pagando tudo dobrado (imposto, plano de saúde, médico particular) etc etc etc. Às vezes a gente se empolga e esquece de colocar tudo na ponta do lápis. Para se ter um padrão confortável de vida numa cidade como São Paulo é preciso ter um salário bem alto pra poder bancar moradia, escola, inglês, natação, plano de saúde...

    Como tudo na vida, é preciso analisar os prós e os contras.

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  4. Concordo completamente com a Luciana!! O Brasil está em mais um ciclo de crescimento, mas é o mesmo boom and bust de sempre. Do ouro, depois do café, da borracha, do minério, do crédito, etc...Aqui não tem infraestrutura, não tem investimento em educação, nem pesquisa, nem patente, mas tem um sistema tributário que mata o empresariado e, além de todo o imposto que se paga aqui, não se pode contar com nada do serviço do governo. Continua sendo o mesmo Brasil de sempre. Ops, quer dizer, bem pior. O Lula inchou a máquina e alguém vai pagar por isso. Os restou a pagar do governo no fechamento de 2010 foi de 64 bilhoes. Isso são restos a pagar? hahahaha!!!
    Eu me formei em faculdade de primeira linha, fiz mba na frança, falo idiomas e e quando eu voltei da europa para o Brasil no final de 2008 (durante a marolinha) levei 10 meses para conseguir um emprego e só consegui porque aceitei ganhar menos do que eu ganhava antes do mba. Para o meu marido foi ainda pior. Hoje ele ganha 1/4 do salário pré mba e juntando as nossas rendas não temos condições de oferecer à nossa filha o mesmo padrão de vida que nossos pais nos deram. A vida em SP está ridícula de cara. Todos os nossos amigos de fora do Brasil reclamam disso. Mesmo assim não vejo os salarios subirem na mesma proporção da inflação...

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  5. Concordo com todos os comentários.

    e olhem a inflação tá dando as caras.
    Em 2010 foi de 5,91% enquanto a meta era 4,5%.
    Logo já se pode concluir que está descontrolada.
    O Lula gastou o que quis e não quis, agora todos nós vamos pagar pelo pai dos miseráveis, que governou para sua biografia.

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  6. Concordo com os pontos levantados pela Lu mas o problema essencial e fundamental é a falta de iniciativas governamentais claras e agressivas em relação à educação. Isso sim é que vai custar o futuro do Brasil e tudo o mais é efêmero. Inflação atual, inclusão da classe C/D.

    Der Doppelgänger
    http://canadasaga.blogspot.com

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  7. Gente do céu, as pessoas são loucas... só pode... mesmo que tenha uma melhora na econômia, ainda assim ela é mínima, lembrando que estamos ainda assim na américa latina, economia de terceiro mundo... ainda mais no Brasil, onde o problema não é boom economico, é segurança, respeito, qualidade de vida... de que adianta vir achando que só pq se especializou e adquiriu experiência internacional, vai vir e ficar rico, por mais que fique, vai ainda conseguir ser sequestrado, ter o carro roubado no semaforo, ter os filhos assaltados na saída da escola...
    De que adianta dinheiro, em um lugar onde os impostos aumentam, onde o poder de compra sempre será menor...

    Acho que o povo se ilude muito com o fator dinheiro e esquece de todo o resto, que é o principal, que forma todo um conjunto que classificamos como qualidade de vida...

    A economia pode ser forte ou fraca, se eu quero sair do Brasil, é pq não quero viver no Brasil, certo? com ou sem economia forte... as pessoas são muito indecisas, que isso... rs...

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  8. Eu trabalho no setor público, no Financeiro, e estou vivenciando bem de perto a falta de dinheiro do governo para honrar os seus compromissos financeiros mais básicos. Enquanto isso, continua essa propaganda oficial ensaboada enganando o povo, fazendo-o crer que alcançamos o Primeiro Mundo.
    Sou brasileiro, nunca negarei a minha origem e sempre farei o possível pelo bem do meu país, mas com trinta e tantos anos nas costas, tendo estudado um pouco de História e Geografia do Brasil, posso ter certeza de que este ciclo de crescimento econômico não me engana!

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